sábado, 4 de junho de 2011

GREVE: Comando da PM do RJ tenta negociar desocupação de quartel central.

(Foto: André Teixeira/ Ag. O Globo)

Após pouco mais de quatro horas de invasão, o comandante-geral da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte, e autoridades tentam negociar na madrugada deste sábado (4) a desocupação do quartel central do Corpo de Bombeiros pelos mais de dois mil funcionários da corporação. O comandante-geral da PM chegou ao local por volta das 21h.

Por volta de meia-noite, representantes do movimento afirmaram que foram chamados pelas autoridades para conversar.

Segundo os manifestantes, no entanto, a invasão ao quartel central não foi planejada, e eles não deixarão o local enquanto não houver negociação.

Após uma breve chuva que caiu no fim da noite, os manifestantes se reuniram no meio do pátio do quartel central e fizeram uma oração.
Segundo o porta-voz do movimento intitulado "Dignidade", cabo Benevenuto Daciolo, eles foram às ruas para reivindicar aumento de salário líquido de R$ 950 para R$ 2 mil e melhores condições de trabalho, além de vale-transporte.
Pelo menos 29 viaturas da Polícia Militar cercam o quartel central do Corpo de Bombeiros. A área foi isolada e ninguém pode entrar ou sair do quartel, já que os acessos ao local foram bloqueados. Manifestantes que ficaram do lado de fora do quartel protestam em frente ao cordão de isolamento montado pela polícia.
Apesar da notícia de que todos os manifestantes seriam presos já ter chegado ao local, os policiais dizem que estão fazendo apenas o controlando o protesto.
Os manifestantes estão com apitos e faixas no pátio do quartel central. Além de bombeiros da ativa, há funcionários aposentados, mulheres e até crianças. Há cerca de 150 policiais do Batalhão de Choque dentro e fora do quartel, além de policiais de outros batalhões e do Regimento de Polícia Montada (Rpmont).

De acordo com Cláudio Lopes, procurador-geral de Justiça do Rio, o governo do Rio de Janeiro pode decretar a prisão dos manifestantes se considerar que houve insubordinação.  "A Polícia Militar está diretamente subordinada ao governo do estado, ao governador, hierarquicamente. E pelo regulamento militar, o governador pode, sim, decretar a prisão administrativa daquelas pessoas que ele venha a entender que violaram a legislação militar, sem prejuízo - dependendo exatamente do que aconteceu - de isso constituir algum tipo de crime militar", explicou.
Sobre o grande número de manifestantes, o procurador-geral acredita que nem todos serão presos. "Normalmente nessas situações, deve ter feita uma apuração eventualmente daqueles que são os líderes, daqueles que estão instigando, se amotinando. Evidentemente é difícil caracterizar crime eventualmente ou falta funcional por parte de todos", disse.
"Mas dependendo da forma de manifestação, nós estamos vendo, com invasão, isso realmente pode ser caracterizado como descumprimento do regulamento militar e permitir ao governo a decretação da prisão das pessoas que estão se insurgindo, sem adentrar no mérito do que eles estão reivindicando", completou o procurador.
Mais cedo, a Secretaria estadual de Saúde e Defesa Civil afirmou que os manifestantes serão presos por invadir órgão público, agredir um coronel e desrespeitar o regulamento de conduta dos militares.

Segundo Daciolo, participam do protesto bombeiros de quartéis de todo o estado e que as praias devem amanhecer sem guarda-vidas neste sábado (4). Ele usou o megafone para orientar os manifestantes a se deitarem no pátio, caso policiais do Batalhão de Choque entrem no local para retirá-los. Ele informou que é um protesto pacífico e que eles pretendem deixar o local somente após um acordo com algum representante do governo.
De acordo com a PM, os bombeiros forçaram e quebraram o portão do quartel central para entrar no local. Dois caminhões dos bombeiros que seguiam para ocorrências no momento da entrada dos manifestantes foram impedidos de sair.
O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que os manifestantes liberaram duas pistas da Praça da República, por volta das 19h35. Mais cedo, eles chegaram a bloquear toda a via. A Rua 1º de Março, uma das mais movimentadas do Centro, também chegou a ser fechada pelos manifestantes.


Mandados de prisão
Em maio, houve uma série de protestos da categoria por aumento de salário e melhores condições de trabalho. Cinco bombeiros chegaram a ter as prisões decretadas. No dia 17 de maio eles anunciaram o fim da greve. Na ocasião, segundo os manifestantes, durante uma reunião realizada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) com integrantes do governo do estado foram pedidos a revogação da prisão dos bombeiros, o cancelamento das punições, transferências e inquéritos administrativos e judiciais e o abono das faltas. Com informações do G1.

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