quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Revista a visitante na Câmara cria polêmica

Foto: Lúcio Távora | Ag. A TARDE
A Câmara de Salvador adotou, nesta segunda-feira, 9, a revista de bolsas e volumes das pessoas que se dirigem às galerias da casa legislativa. A decisão do presidente Paul o Câmara (PSDB) decorre do episódio em que um ovo foi atirado no vereador Davi Rios (PSD), na sessão da última quarta-feira.

A medida, que é vista com cautela pelo vice-presidente da comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Bahia, Eduardo Rodrigues, divide opiniões entre os  vereadores. Alguns criticam o fato de o presidente ter adotado o procedimento sem consultar o colégio de líderes.

Nesta segunda, primeiro dia de revista,  frequentadores estranharam a novidade. "É lamentável que todos tenham que se submeter a isso por causa da atitude isolada de quem decidiu jogar um ovo no vereador", assinalou Joceval Tibúrcio, frequentador assíduo da Câmara.

Tibúrcio acha que o tumulto ocorrido na última sessão, quando servidores municipais lotavam a galeria e se concentravam no lado externo, também resulta da inadequação da casa legislativa.

"Não tem mais cabimento uma cidade com três milhões de pessoas ter apenas 60 lugares nas galerias da Câmara Municipal. Em  Alagoinhas o plenário tem condições de receber 350 pessoas", observa. "Se os  movimentos sociais de Salvador mandassem  um único representante, a maioria ficaria de fora", ressalta.
Luzia Conceição, moradora do subúrbio de Escada, foi a primeira a ter a bolsa revistada ontem. Não chegou a ficar surpresa, porque enquanto esperava lá fora tomou conhecimento da novidade. "É desnecessário. Fico constrangida em  mostrar o que tem na minha bolsa. Um faz e todos pagam ", lamenta.

Mas tem quem concorde. "É para a segurança de todo mundo que está aqui dentro", disse Hélio Souza, que esperava na fila formada para ter acesso ao plenário.
"Uma policial feminina se encarrega de revistar a bolsa das mulheres, mas todos os volumes serão revistados", diz o tenente-coronel Anildo, responsável pela Casa Militar. "Isso acontece em qualquer parlamento. Com o tempo, vamos adotar os Raios-X", diz.

Roquildes Ramos não gostou. "Isso interfere na nossa privacidade. Segurança não pode ferir esses princípios".


Fonte: Portal A Tarde

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